por Deborah Srour
As eleições no Egito não resultaram em surpresas.
O candidato da Irmanadade Muçulmana, Mohamed Morsi está na frente. Em
um rally no dia 1o. de maio Morsi prometeu liderar o Egito na formação
do novo Califato Muçulmano com sua capital em Jerusalém. Morsi também
prometeu expulsar todos os cristãos coptas do Egito se não se
converterem ao islamismo ou a reduzi-los a cidadãos de segunda classe,
ou dhimmis.
Em vez dele se concentrar em como irá arrumar a economia do Egito que
está em frangalhos, ele une o povo através de um discurso absurdo de
unir todo o povo árabe e muçulmano da região para destruir Israel. Aonde
vimos isto antes? E porque Jerusalém? Ela nunca foi capital de qualquer
coisa islâmica na história da humanidade. É porque Jerusalém se tornou o
símbolo do fracasso guerreiro islâmico e só sua reconquista irá
reabilitar os muçulmanos aos seus próprios olhos.
E foi nesta semana que passou, 45 anos atrás, que o exército de
Israel libertou a Cidade Velha e reunificou a capital do país. A
maioria das batalhas travadas hoje são só uma lembrança distante
descritas em livros de história. Quando se visita Jerusalém é difícil
visualizar que o exército jordaniano se encontrava alí, no coração da
cidade, cercando as muralhas em três flancos. As forças iraquianas
estavam do outro lado do Jordão prontas a mandar reforços. Quando os
jordanianos abriram fogo, mais de 6 mil projéteis de artilharia choveram
sobre os residentes judeus da cidade, deixando mais de mil feridos.
Depois de vários avisos aos jordanianos, o exército de Israel
finalmente não teve outra opção senão atravessar a linha de cessar-fogo
de 1949 e capturar os territórios usados pelos árabes para atacar o
estado judeu. Logo após a Guerra dos Seis Dias, a ONU discutiu o
direito das partes que reclamavam Jerusalém e para tanto teve que
analisar as circunstâncias de como cada uma delas tomou posse da cidade.
A captura de Jerusalém em 1948 pela Jordânia, foi na época descrita
pelo secretário geral da ONU, Trygve Lie, como o primeiro caso de
“agressão armada” desde a Segunda Guerra Mundial. Em contraste, a
entrada de Israel nas porções leste da cidade em 1967, foi descrita como
uma ação em defesa própria. Esta distinção ficou ainda mais aparente
quando a União Soviética não conseguiu, apesar de repetidos esforços,
rotular Israel de “agressor” no Conselho de Segurança em Junho de 1967 e
depois na Assembléia Geral da ONU.
O grande jurista americano Stephen Schwebel, que se tornou presidente
da Corte Internacional de Justiça de Haia, escreveu em 1970 que “quando
um ocupador anterior de um território, o tomou de forma ilegal, o
estado que subsequentemente toma aquele território exercendo
auto-defesa, tem um título de propriedade melhor que o ocupador
anterior”.
Israel tem um direito histórico milenar sobre Jerusalém, reconhecido
pelo Mandato Britânico. Mas isto infelizmente sumiu do discurso
internacional depois de 1967. Pelo direito internacional, Israel tem
mais direito sobre Jerusalém que a Jordânia. Hoje, depois de qualquer
guerra, o mundo tenta restaurar o status quo territorial anterior ao
conflito. Mas isto não pode ser feito com Jerusalém já que a ocupação da
cidade pela Jordânia foi considerada ilegal pela comunidade
internacional.
O fato das Nações Unidas não terem enviado forças para proteger
Jerusalém em 1948, e evitar a expulsão dos judeus que lá viviam, fez com
que as clausas de internacionalização da cidade do Plano de Partilha,
se tornassem inviáveis. Assim, quando o Conselho de Segurança da ONU se
reuniu para discutir um plano de paz após a Guerra dos Seis Dias, havia
muita ambivalência sobre o que deveria ocorrer com o território e
especialmente Jerusalém. A linha de cessar-fogo de 1949 não era
sacrossanta. Nunca fora uma fronteira internacional reconhecida. Era
apenas e tão somente a linha de trégua separando dois exércitos inimigos
após a Guerra da Independência de Israel.
Quando finalmente o Conselho de Segurança da ONU adotou a Resolução
242, se absteve de exigir que Israel se retirasse de “todos os
territórios” que havia capturado, como queria a União Soviética, mas
chamou para que novas fronteiras seguras e reconhecidas, fossem
delineadas. É o que hoje chamamos o direito de Israel a fronteiras
defensáveis.
A resolução 242 não só não pediu para Israel se retirar para trás das
linhas de 1967, mas nem se referiu a Jerusalém. E essa omissão foi
proposital. O presidente americano da época Lyndon Johnson deixou
aparente seu entendimento, nunca se referindo à Jerusalém do Leste como
“território ocupado” e insistindo que as linhas de armistício que
dividiam Jerusalém não eram mais viáveis. Estas declarações tinham
implicações legais muito claras.
Desde 1988, os palestinos dizem que substituiram os jordanianos na
arena diplomática e procuram ter reconhecida uma soberania sobre
Jerusalém à qual nem a Jordânia teria direito.
Para corroer o direito de Israel, eles começaram a introduzir
linguagem nas resoluções da ONU sobre “territórios palestinos ocupados”,
incluindo Jerusalém do Leste. Em 1994, a administração do president
Clinton se colocou firmemente contra estas tentativas quando a
embaixadora americana na ONU Madeleine Albright explicou o veto
americano no Conselho de Segurança dizendo que “hoje estamos votando
contra uma resolução exatamente porque ela implica o fato que Jerusalém
seja um território palestino ocupado”.
A estratégia diplomática dos árabes e palestinos tem sido fazer a
comunidade internacional adotar seu discurso e terminologia legal
mentirosa. Infelizmente, muitos israelenses levantaram as mãos fazendo
com que a nova geração de isralenses não conheça seus direitos legais e
históricos à cidade de Jerusalém, à Judéia e à Samária. Direitos
infinitamente mais fortes que os reclamados pelo lado árabe.
Estes detalhes ainda são muito importantes 45 anos depois. Em março
deste ano, os palestinos conseguiram aprovar uma resolução no Conselho
de Direitos Humanos da ONU em Genebra, descrevendo Jerusalém como
“território palestino ocupado”.
Numa época em que o ataque à legitimidade dos direitos de Israel está
no centro da agenda dos seus inimigos, precisamos levar à frente a
verdade histórica do que ocorreu 45 anos atrás e não deixar esta
narrativa mentirosa e deturpada tornar-se o discurso oficial dos árabes,
da mídia e das Nações Unidas.
Fonte: pletz.com
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