sexta-feira, 20 de julho de 2012

Não Se Engane: o Comunismo Nunca Foi Melhor do que o Nazismo

Julio Severo
Nasci depois de 1964 e passei a maior parte de minha infância sem saber e sem me importar com os eventos que começaram no Brasil em 1964, em resposta à ameaça comunista. Apesar disso, a primeira vez que li sobre comunismo foi num livro para estudantes, porém a abordagem não era de forma alguma negativa.

Meus anos como aluno de escola pública foram vividos em pobreza e eu não tinha acesso a muitos livros. Mas os poucos que me eram acessíveis não poupavam elogios à União Soviética[1] e ao comunismo. Por exemplo, uma enciclopédia escolar popular tentava me ensinar, até mesmo utilizando versículos da Bíblia[2], que o socialismo é uma ideologia política preocupada com o bem-estar das pessoas, principalmente em dar chances iguais para todas as crianças. Além disso, a enciclopédia também apresentava o socialismo como um “princípio cristão”[3], utilizando como exemplo a “bela” manifestação de bondade que os soviéticos demonstraram para com a Alemanha derrotada da I Guerra Mundial. Enquanto países “capitalistas” como a França exigiam indenizações pesadas do sofrido povo alemão, os comunistas soviéticos — de acordo com a Enciclopédia Mundo Juvenil — deram um tremendo exemplo de compaixão:

De Moscou vinha a mensagem: “o governo entende e defende uma paz imediata e sem anexações, isto é, sem conquista de territórios de outros países, sem a submissão violenta de populações de outras nacionalidades e sem indenizações”. Os soviéticos partiam do pressuposto de que não havia lugar para a procura e o castigo de culpados. Responsáveis pela guerra era o regime político que permitia que uns explorassem outros. Propunha a reconstrução de que um mundo novo, sem oportunidades de desvios tendo como alicerces o perdão no passado e a fraternidade no futuro.[4]

Para a Enciclopédia Mundo Juvenil (EMJ), a União Soviética era a mãe de todas as virtudes e seus soldados comunistas eram libertadores das nações e representantes da paz, enquanto os EUA eram apresentados negativamente como a fonte de todas as opressões mundiais e os soldados americanos como invasores indesejados e destruidores desumanos.

Era estranho: em pleno regime militar uma enciclopédia escolar ensinando crianças a ver a União Soviética como um país de boas intenções e os EUA como um país envolvido em “imperialismo expansionista”[5], sempre com más intenções. Não era de surpreender esse proselitismo ideológico. Afinal, jamais existiu país que mais pregasse e promovesse o socialismo do que a União Soviética.

Apesar de que os militares do Brasil não permitiam a livre expressão das idéias comunistas, não era o que eu via como jovem e estudante. Parecia que o Brasil já se encontrava dominado por uma ditadura comunista que impunha como essencial cultivar o ódio aos EUA e o amor à União Soviética. Não há dúvida de que mesmo nos anos militares a elite estava desabafando, com muita liberdade, seus sentimentos através de material estudantil e dando a impressão de que os esforços dos militares para proteger o Brasil contra a ameaça comunista estavam impedindo o Brasil de prosperar e experimentar todas as realizações do paraíso socialista que os soviéticos estavam, supostamente, vivendo com tanta alegria, paz e amor.

Em pleno regime militar “anticomunista”, eu poderia facilmente ter engolido as “doces verdades” da enciclopédia escolar com anzol, vara e tudo o mais! O que me salvou de tal ilusão foi meu acesso, através de igrejas e pastores evangélicos, a fontes cristãs que me informavam sobre os sofrimentos dos cristãos que viviam em países comunistas. Eu era pobre, mas sabia, como evangélico, que comunismo era sinônimo de perseguição, opressão, destruição e morte. Em meados da década de 1980, fiquei comovido com a situação de cristãos russos condenados a trabalhos forçados na Sibéria. Com muito sacrifício, mandei cartas para alguns e cheguei a escrever para o líder máximo da União Soviética.

A EMJ mostrava a União Soviética como uma nação inocente, sempre ameaçada pelos países capitalistas, e limitava-se a revelar eventos históricos da maneira menos comprometedora possível para os socialistas: “Hitler firmou com os soviéticos um pacto de não agressão. Em seguida, em 1 de setembro de 1939, atacando a Polônia, desencadeia a guerra”.[6] Na verdade, hoje sabe-se que Hitler firmou com os “inocentes” e “bondosos” comunistas soviéticos um acordo para invadir, repartir, dominar e saquear a Polônia. Eles atacaram conjuntamente a Polônia, desencadeando II Guerra Mundial. Assim, os nacionais socialistas alemães e os comunistas da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas foram co-responsáveis pela maior guerra que o mundo já viu.

Pouco tempo depois da invasão à Polônia, os dois regimes socialistas aliados e criminosos se separaram em suas ambições e a Alemanha invadiu a União Soviética, que acabou, com maciça ajuda americana, conseguindo rechaçar os invasores alemães. Posteriormente, os soviéticos invadiram e dominaram a Alemanha. Depois que a Alemanha já estava totalmente subjugada e o nazismo derrotado, os soviéticos voltaram a se lembrar de suas palavras sobre paz imediata, perdão e fraternidade, sem anexações e sem conquista de territórios de outros países; sem a submissão violenta de populações de outras nacionalidades e sem indenizações?

A EMJ afirma: “Terminada a carnificina [da II Guerra Mundial], verifica-se que a União Soviética apostara no socialismo e ganhara. Agora as potências imperialistas tinham pela frente um povo organizado, unido em torno de um ideal de fraternidade…”[7] Segundo o dicionário Aurélio, o termo fraternidade significa: “Amor ao próximo; fraternização. União ou convivência como de irmãos; harmonia, paz, concórdia, fraternização”. Para a EMJ, o comunismo havia transformado a nação soviética em promotora do amor ao próximo, união, harmonia e paz. Sua exposição positiva do socialismo era puro proselitismo e, embora os comunistas soviéticos impusessem o ateísmo em sua sociedade, a EMJ dava a impressão de que o socialismo soviético era o próprio Evangelho e que os soldados soviéticos eram verdadeiros anjos do amor ao próximo. Mas não se engane: o “evangelho” socialista não nunca foi melhor do que o “evangelho” nazista.

Esses anjos de amor deixaram marcas profundas em milhões de pessoas inocentes. Ninguém tem pena quando criminosos brigam e se matam uns aos outros. Assim também, ninguém se importa com o fato de que criminosos nazistas e comunistas tenham se matado na guerra. Mas pessoas inocentes foram terrivelmente atingidas. Anos atrás, li a história de uma moça alemã que presenciou a invasão soviética na Alemanha. Ela viu mulheres, moças e meninas alemãs — de todas as idades e totalmente indefesas — sofrendo diariamente nas mãos de soldados soviéticos, mesmo depois que a guerra já havia terminado. A população civil alemã estava inteiramente cativa de seus “libertadores”. Mais tarde, a moça alemã conseguiu fugir para a zona ocupada pelos “capitalistas” americanos e, ao ser abordada por tropas americanas, pensou que receberia o mesmo “tratamento” que as tropas soviéticas estavam impondo a todas as mulheres. No entanto, os soldados americanos a trataram com muito respeito, dando-lhe toda a ajuda que ela precisava. Ela ficou impressionada de ver que, enquanto na Alemanha Ocidental os americanos libertaram os alemães do nazismo e os ajudaram a se levantar, na Alemanha Oriental os soviéticos escravizaram o povo com crueldade maior do que o próprio nazismo havia feito.

Para a Alemanha derrotada da I Guerra Mundial, a União Soviética — que não foi um dos vencedores da guerra — ofereceu uma mensagem exemplar aos países capitalistas vencedores pedindo compreensão, perdão e fraternidade. Mas ao ser um dos vencedores da II Guerra Mundial, o que a nação soviética ofereceu para a Alemanha derrotada? Na parte ocidental da Alemanha, controlada pelos “frios capitalistas” americanos, houve restauração, progresso e desenvolvimento, levantando a Alemanha para sua posição de potência que é hoje. Contudo, o que houve na parte oriental da Alemanha, controlada pelos comunistas soviéticos? É o que vamos ver no artigo a seguir, traduzido e adaptado por mim.

Fonte: www.juliosevero.com.br; www.juliosevero.com

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